segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Such a


Privilégio o meu de conhecer tanta gente, tanta gente perfeita, que não erra, não mente, não falha, não trai e não sente.
Privilégio o meu de ter pessoas constantes, que não matam mas moem, que não ferem mas calam, que não falam mas dizem.
Privilégio o meu de nas minhas imperfeições perceber os meus erros e viver com eles, perceber os meus medos e passar por cima deles, perceber os meus êxitos e orgulhar-me deles.
Privilégio o meu de olhar-me no espelho e não gostar do que vejo mas de me olhar por dentro e sentir desejo.
Privilégio o meu de ser tola e gostar de quem não gosta de mim, de amar quem só gosta de mim e de ser feliz por ser assim.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fake

Sinto-me estupidificar, os pensamentos atropelam-se duma forma quase selvagem, são sobretudo desorganizados. Enfatizo o sorriso e se me perguntam como estou, digo sempre, estou bem, estou feliz. Hipocrisia da alma, o que quero e o que sou estão a uma grande distância, se o escondo é porque esta forma de estar, a mim deixa-me exausta.

 

domingo, 18 de novembro de 2012

Inconditionaly in love


Deixo tudo em aberto, claro que pelo meio fecho algumas portas, inconsistências de alguém que ainda não se redescobriu.
E nem se pense que falo de amor, proíbo-me de falar de amor quando viver é mais urgente. Sinto-me pequena para falar de algo que tem de ser enorme, incondicional, com marcas e defeitos e cheiros e anseios. O amor tem de ser inocente, incongruente e paciente e vivido intensamente, o amor tem de prevalecer, aconteça o que acontecer.
Por isso, não quero falar de amor, não desse amor que se vive a dois, agora só quero viver, deixar o tempo correr e amar quem tem de ser e não faz por merecer porque me tem incondicionalmente. Quero viver, quero este amor a três, amor que me faz sorrir e me faz crescer.
É de amor que falo afinal.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Stumble

 
Um dia sim, fico-me por aqui, cansada de mim e deste indagar de emoções. Um dia talvez me reconheça,um dia talvez me redescubra porque já nem sei quem sou. Se sou o que vejo, vejo-me assim que nem indigente, mendiga de afectos, no fundo, sou o que sempre fui.

Um dia sim, deixo de esperar esse alguém que espero que me faça feliz. Um dia vou ser o que nunca fui, deixo de esperar, sigo em frente até tropeçar.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

It's ok


Às vezes não está tudo bem mesmo quando tudo parece estar bem. Acordas e dizes bom dia mundo de sorriso aberto e no fundo nem estás desperto para aquilo que está mal. Às vezes tens medo de errar quando é difícil acertar, no fundo só queres continuar mas com medo de falhar nem pensas em arriscar. Às vezes só queres um abraço, contudo ignoras o abraço e aceitas um esgaço só porque parece bem. Mas às vezes não está tudo bem e com medo da censura, dos que pensam, dos que empurram ignoras o que está mal. Só que às vezes não está tudo bem e isso é tão natural que até pensas que é normal, dizer que está tudo bem.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Smile

Sorrio só de te pensar. Porque te tenho ausente e na minha mente nem páro para pensar.
Sorrio só de te pensar. Porque viver é urgente e se te tenho ausente nem vale a pena amar.
Sorrio só de te pensar. Porque deixei de ser gente e não te quero ausente por isso pára de me pensar.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Not you

Enquanto houver caminho é para andar, nem que seja descalça. Enquanto houver palavras é para falar, para escrever, para gritar ou cantar. Silêncios não me calam, as palavras doem a quem as sente mas se não calam a tua mente é porque não vão na tua direcção. Se te toldam os sentidos, se te cravam na pele, se te doem ou remoem, é porque ainda te vês num quadro que não te pertence. Enquanto houver caminho é para andar, sozinha, descalça mas presente. Enquanto houver palavras é para eu as gritar ou cantar, viver ou desenhar, enquanto houver palavras... não me perco nos entretantos, sigo em frente.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Thought about thoughts


Pensei e matei o pensamento como se de fome se tratasse. Decerto pensei que ao matá-lo não voltasse mas, tal como a fome, o pensamento voltou. Pensei e adormeci o pensamento como se de sono se tratasse mas nos devaneios do sono e em forma de sonho, o pensamento acordou. Pensei que podia parar de pensar mas na lucidez do pensamento percebi que não se pára para pensar. Penso demais!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

To be


Talvez tenha de saltar. Arriscar e tirar os pés do chão, esquecer convicções, razões, emoções. Dar o corpo ao manifesto, esquecer o que está correcto, não esperar de mim o que os outros esperam de mim. Ser egoísta, ser conquista, ser mais dos outros, ser assim assim. Talvez tenha de voar. Daqui para fora ou ficar e abusar ou fugir e conquistar, ser eu de novo dar tudo de mim mas só para mim. Ser desejo que me mordas, beber veneno, apalpar terreno e ser ruim. Talvez tenha de saltar. E complicar, pertubar, atrapalhar, ser insana ou mundana ou apenas ser.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Turn around

É só virar as costas, não é preciso voltar atrás nem sequer apagar momentos, é só virar as costas. Não é inverter o sentido, nem escolher outro caminho, é só virar as costas. É deixar para trás, é não procurar, é não olhar para não ver, nem sequer é esquecer, é só virar as costas. É não ser opção, é não ser recordação, é não doer ou roer algo que nunca foi teu, é só virar as costas.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Happy or not


Tenho as minhas pessoas, aquelas que quero fazer eternamente felizes, utopia talvez mas são as minhas pessoas. Os meus filhos, a família, alguns amigos, estes não vou esmiuçar, todos os que me enchem o coração quando sorriem, quando ouço aquela gargalhada, quando me dão aquele abraço e tu. Tenho as minhas pessoas, tenho uma vontade exacerbada de as ver felizes, irracional talvez mas é uma vontade que tenho. Tenho as minhas pessoas, concluo que não consigo fazê-las todas felizes ao mesmo tempo, deixa-me triste, saber que não os tenho todos felizes.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Paras porque quebras não porque partes. Quebrar é sentir, parar é partir. Se sentes que quebras então pára para não partires. Parte de sentir é não querer partir. Mas não pares de sentir porque ficar ou partir depende do quebrar. Pára apenas para pensar e se valer a pena até podes ficar mas se não vale a pena, também não adianta quebrar.

Not that fun

Que se lixe o faz-de-conta, um dia vences se aceitares as derrotas com humildade. Banalizam-se as expressões, os apertos e acertos, banalizam-se sentimentos como quem faz cafézinho, banalizam-se os toques, as palavras, os sentidos. Não reveles dores ou amores a quem não te trata bem, não beijes, não expliques nada a alguém que não te entende. Pasmas por alguém que falaste dois minutos numa noite de Janeiro, paras por alguém que esperaste nos sonhos durante meses, ficas por alguém que te foi construído em palavras alheias, choras por alguém a quem te deste como se fosse a primeira vez, ficas pasmado e alheado e inapto para ver a realidade, esse alguém só existiu para ti. Intercalas momentos de felicidade absurda com momentos de tristeza profunda como se valesse a pena e nunca valeu a pena. Dá o teu amor a quem te devolva amor, não a quem te dá sonhos, manda lixar o faz-de-conta, já deixou de ter piada.

domingo, 21 de outubro de 2012

Cheating

Não toques nesse corpo, esse corpo não é teu. Porque tocas nesse corpo, se sabes que ao tocá-lo te perdeste neste que é meu. 
Confusão de amor ou ousadia? Se sabes que te perdia por essa cobardia de quereres o que não é teu.
Voltei mas não inteira e o tempo passou rasteira neste amor que já foi meu.
Não tocas no meu corpo, este corpo não é teu. Se já fui tua inteira, agora não sou pedaço de algo que não é meu.